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Após onda de demissões na pandemia, como ganhar dinheiro com turismo na Bahia?

A natureza exuberante do estado beneficia as atividades ao ar livre que ganharam destaque pós pandemia

O turismo foi um dos segmentos da economia mais afetados durante a pandemia. Além da queda significativa do número de viagens em virtude das medidas sanitárias, houve um impacto significativo para os setores de congressos e eventos, música e entretenimento, bares e restaurantes, hotelaria, entre outros 48 setores da economia ligados ao turismo. 

Com a vacinação e a perspectiva de controle da pandemia de Covid-19, o trade turístico começa a respirar aliviado e a retomar as atividades que, nesse período, passaram por algumas transformações, como o foco nas experiências.

O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Fehba) Sílvio Pessoa, por exemplo, comemorou o fato de que, em abril desse ano, o setor de bares e restaurantes alcançaram um faturamento de 57%, igual a 2019, antes da pandemia. “No entanto, não alcançamos o cenário dos sonhos, que é o faturamento de 65%, vivido em 2012”, pontua. Para o representante da Fehba, números melhores só deverão ser alcançados em janeiro do próximo ano.  

Ele destaca que, durante os dois anos da pandemia, a Bahia perdeu cerca de 80 mil postos de trabalho e só recuperou metade disso até agora. “O empresário do segmento precisa faturar para contratar”, completa Pessoa.

Luiz Henrique do Amaral, presidente Executivo da Abrasel na Bahia, destaca que a Bahia é um estado riquíssimo em oferta turística e que não há uma regra universal que privilegie este ou aquele setor.  “Temos um crescimento expressivo e qualitativo da oferta turística na Chapada Diamantina, no Litoral Norte e na Costa do Descobrimento, apenas para citar os mais expressivos”, esclarece. 

Retomada

CEO da Clube Turismo, Ana Virginia Falcão lembra que essa retomada começou a ser observada desde o segundo semestre de 2021. Para quem deseja incrementar negócios nessa área, Ana Virgínia destaca que há uma tendência relacionada às viagens de experiência.

“Em outras palavras, nessa modalidade, o viajante não apenas conheça o novo destino, mas viva esse novo lugar através de novas experiências, podendo retornar a sua cidade de origem com novos conhecimentos, com a vivência da cultura local, com o olhar da comunidade local”, orienta. 

Ana Virgínia Falcão comemora a retomada das atividades ligadas ao turismo e destaca a mudança que a pandemia trouxe no segmento (Foto: Divulgação)

Ela lembra que, durante meses, o setor ficou completamente parado e a atuação passou a ser apenas de suporte e assistência aos passageiros, durante quase três meses consecutivos. “Contudo, apesar dos impactos, houve a valorização do agente de viagens. As Online Travel Agency (OTA) não estavam programadas para lidar com uma situação tão inesperada. No momento crítico, os viajantes precisam de agentes de viagens para auxiliá-las no regresso as suas cidades, para remarcar suas viagens”, pontua. 

No setor de agenciamento de viagens, a venda de destinos internacionais e de cruzeiros foram os segmentos mais afetados. “No momento atual percebe-se uma nova normalidade e estabilidade para venda mais segura desses produtos”, avalia Ana Virgínia.

A vice presidente da  Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV-Ba) Ângela Carvalho, que atua também como empresária no ramo do turismo emissivo com a Happy Tour, afirma que hoje há uma demanda grande dentro e fora do Brasil. “Entretanto, o turismo receptivo que atende ao turismo internacional ainda está com pouca demanda”, destaca.

Como uma posição bem próxima, Sílvio Pessoa lembra que Salvador recebia antes da pandemia 50 voos internacionais e isso ainda não foi recuperado. “Cerca de 50% dos turistas que Salvador recebia vinham do interior, 45% de outros estados e 5% eram turistas de fora do País. Embora possa parecer um número pequeno, esse percentual movimentava de modo muito significativo a economia local”, avalia. 

Para o representante da Fehba, recuperação total só poderá ocorrer com políticas públicas agressivas de redução do ICMS, inclusive para reduzir o combustível da aviação aérea, reestruturação da malha aeroviária em localidades como Barreiras, Lençóis e Valença, markerting de divulgação dos destinos locais. “Aqui mesmo na América do Sul temos visitantes que sempre foram constantes, então na hora de retomar esses laços. Só para detalhar, é importante lembrar que 24% dos turistas que vinham à Bahia eram da Argentina”, sugere.

Tendências

No processo de retomada, os destinos nacionais garantiram as oportunidades de negócios para o turismo. “Diante da demanda reprimida e do desejo das pessoas de viajar, a oferta de destinos nacionais foi o caminho mais seguro para a prática da atividade. Destinos ecológicos, praias, em que o viajante tivesse a oportunidade de viver experiências em ambientes abertos foi uma oportunidade para o setor”, esclarece a CEO do Clube Turismo.

Na Bahia, a busca pelos destinos litorâneos permanece intensa, além da potencialização de locais como a Chapada Diamantina. Segundo Ana Virgínia, o chamado turismo ecológico e o agro turismo experimentaram ascensão. “Contudo, é preciso considerar que o agro turismo e ecoturismo não são voltados para um consumo massivo, por esse motivo, quando comparado a outros segmentos terão menor proporção”, explica.

Maurício Bacelar, secretário de turismo da Bahia, salienta que a tendência mundial para o desenvolvimento da atividade turística está baseada em dois pilares: tecnologia e sustentabilidade. Ele destaca que o turismo ligado à natureza e desenvolvidas a céu aberto experimentaram um destaque maior em virtude da demanda das pessoas, que passaram muito tempo em isolamento social em áreas urbanas. “Vale destacar que a Bahia tem um vasto território, com grande diversidade de atrativos naturais, o que favorece também estas duas atividades, que estão tendo um incremento expressivo nesta pós-pandemia”, complementa.

Luiz Henrique do Amaral afirma que o olhar empreendedor do turismo está mais voltado para investimentos de longo prazo. “Os negócios longevos, geralmente, estão mais dedicados à propósitos, por consequência, mais comprometidos a terem em seu ‘DNA’ a oferta da experiência que falamos”, esclarece. Dessa forma, ele diz que os destinos mais estruturados terminam apresentando um ambiente de negócios mais promissor, onde o retorno dos investimentos é mais rápido e maior. 

Ângela Carvalho orienta que os interessados em investir em turismo se capacitem e tenham a  consciência que os retornos não são imediatos (Foto Divulgação)

A dica de Ângela Carvalho é que, antes de empreender em qualquer área do turismo, o interessado procure conhecer o negócio, os pontos fortes e os fracos, se capacite tanto na parte técnica como na parte de gestão. “No mais, é importante ter muita coragem porque não é um negócio fácil e de retorno rápido. Hoje, eu acredito que a rentabilidade é maior para as agências que trabalham com grupos de jovens ou de terceira idade ou mesmo com consultoria de roteiros especializados”, finaliza.

Dicas para agentes de viagem

Capacitar-se constantemente: O agente de viagens deve ser um especialista sobre o assunto viagens e por isso precisa estar capacitado sobre tudo que pode entregar de valor, de conhecimento e de experiência a seus passageiros;

Fazer o trabalho com paixão: Para ser bom no que faz é preciso não apenas estar bem preparado, bem capacitado, mas fazer o que gosta. Quando o trabalho é executado com conhecimento e com paixão, os resultados são surpreendentes. É maravilhoso trabalhar com uma atividade que impacta tão positivamente na vida das pessoas, mas avalie se o trabalho de pesquisa, de atendimento, de orientação, de suporte aos passageiros te atrai;

Perseverança e persistência: É preciso perseverar e persistir. Empreender  e/ou atuar no turismo não é apenas oportunidades. Você lidará com desafios, com dificuldades e por isso persistir e insistir no que acredita, no que te realiza pessoalmente e profissionalmente, deve ser uma constância.
 

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