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‘Correto é o povo julgar Monique e Jairo, não uma decisão monocrática’, diz pai de Henry Borel

O pai do menino Henry Borel, o engenheiro Leniel Borel, concedeu uma entrevista exclusiva à Jovem Pan News na manhã desta segunda-feira, 13. Ele afirmou que deseja que o caso vá a júri popular, argumentando acreditar que seja o mais justo e democrático, além de evitar que a decisão monocrática, de um único juiz, seja revogada em outra instância no futuro. “Se existe, nesse meio brasileiro, um sistema justo, a gente pede júri popular. Tem pessoas aqui atrás de mim [em protesto na frente do tribunal] que estão pedindo júri popular. Acho que é o mais correto, o mais democrático nesse país, deixar o povo, deixar os jurados julgarem Monique e Jairo. Não uma decisão monocrática, para apenas um juiz, que possa vir lá na frente uma outra instância [judicial] revogar essa prisão”, disse Leniel. Um novo depoimento do ex-vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Júnior, o “doutor Jairinho”, foi reagendado para esta segunda no Tribunal do Juri do Rio de Janeiro, já que na primeira ocasião ele ficou calado durante o interrogatório. Ele tentou participar apenas de forma virtual, mas a juíza do caso não aceitou. Jairinho é réu no caso da morte de Henry Borel, junto da mãe do menino de 4 anos de idade, Monique Medeiros. Jairinho segue preso desde o ano passado e Monique deixou a cadeia este ano, mas está em prisão domiciliar, usando tornozeleira eletrônica.

Leniel Borel também acusou a defesa do doutor Jairinho de tentar tumultuar o processo para protelar as audiências e conseguir um habeas corpus ou que ele vá para a prisão domiciliar. “Desde a última audiência para cá, várias [tentativas] de habeas corpus. Ontem ou anteontem botaram um HC que foi para o Supremo Tribunal de Justiça, para tentar protelar essa audiência. Na verdade, o que eles estão tentando é protelar as audiências para fazer com que o Jairo tenha a mesma prerrogativa da Monique, de uma prisão domiciliar, ou botem ele para a rua com essas medidas jurídicas que acabam, como o habeas corpus. É um grande remédio jurídico. E, aí, daqui a pouco o Jairo está aí solto e vai tentar sair do Brasil, que é isso que ele tentou lá no começo, por isso que a polícia prendeu. E ele está tentando de novo essa soltura para fugir do país e que ninguém mais o encontre”, disse o pai de Henry.

“A defesa do Jairo foi toda destituída. Agora estão os advogados Flávia Fróes e [Claudio] Dalledone, que é um pessoal que veio para tumultuar junto com meu ex-advogado, Flávio Fernandes, falam que chegaram no processo para tumultuar. Estão tentando tumultuar, criar falácias, causar inverdades, e nenhuma prova o tem”, disse o engenheiro. “Tentaram botar o perito deles, o Samir, na última audiência para criar um monte de coisas que dá angústia, que dá repúdio a qualquer médico do Brasil. Porque aquele doutor Samir fala ali de uma maneira muito mentirosa. Ele não fala toda a verdade, causa uma verdade parcial. Em um universo de probabilidades, ele bota o que tem a menor probabilidade de acontecer, para falar que é possível. Que médico é esse?”, questionou.

Leniel Borel disse esperar, como pai, que Jairo informe à justiça o que realmente aconteceu no dia da morte de Henry Borel, mas que, como cidadão que acompanha o caso, acredita que o ex-vereador vá ficar em silêncio mais uma vez. “Como pai, eu vim aqui, é um ano e três meses que eu luto todo dia para saber a verdade, o que aconteceu com o meu filho naquele apartamento. São 23 lesões. Três pessoas entraram vivas naquele apartamento no dia 7 de março de 2021 e saem duas pessoas vivas e uma criança morta. E, até hoje, eu não sei o que aconteceu com o Henry. Já vi a defesa deles tentando falar de violência de acidente doméstico, já tentaram empurrar para mim e, agora, estão tentando empurrar para as médicas, falando que o meu filho chegou vivo ao hospital, mas que as médicas mataram em procedimentos de ressuscitação no meu filho. Por quê que não falam o que aconteceu naquela noite? Eu, como pai, esperei muito o depoimento da Monique. E, de uma maneira muito dissimulada, por aquelas 12 horas que ela esteve lá, ela fala que só três pessoas podem falar o que aconteceu com o Henry: Deus, Henry e Jairo. Então, já que Jairo é a pessoa que pode esclarecer para a gente o que aconteceu naquela madrugada, eu, como pai, espero hoje que ele fale a verdade, fale o que aconteceu, o porquê de assassinarem o meu filho, o porquê das 23 lesões, como foi, o que eles fizeram, o porquê daquilo tudo. Mas, como ser humano, cidadão que tem acompanhado o caso, que participa todo dia, eu acho que Jairo não vai falar nada, pode ser que essa audiência dure nem uma hora”, comentou Leniel Borel.

O pai do menino Henry também comentou sobre a lei Henry Borel e defendeu que o caso é representativo para a proteção das crianças de todo o Brasil. “Essa dor nunca vai acabar. O Henry, sempre a melhor parte de mim vai faltar, que é o meu filho. E não não existe vitória. Mas aqui tem um pai que luta por justiça. O Henry tem pai! E hoje eu luto pelo meu filho e por todas as outras crianças no Brasil e todos os outros pais e mães que sofrem que sofreram e possam vir sofrer o que eu sofro (…) Pra mim, como pai, é o que eu busco desde o começo, que se faça justiça na proporção da brutalidade do que fizeram com o meu filho. Isso não vai trazer o Henry de volta, [mas], hoje, tá aqui, a gente conseguiu aprovar a lei Henry Borel. E assim como Maria da Penha é para as mulheres, o Henry Borel é para todas as crianças do Brasil. É uma criança que salvar milhões. E eu estou aqui como pai, botando a minha cara, falando com vocês, não tenho medo de coronel Jairo, de Jairo ou todo sistema político que tem envolvido nisso, na verdade, eu quero é que se faça justiça por aquela criança inocente, linda, aquele anjo que veio no mundo, com uma grande mensagem, com um grande propósito, para que possa ajudar outras crianças brasileiras”, finalizou Leniel Borel.

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