InícioEditorialEstudo da UFMG estima 18% de subnotifcações de mortes por COVID

Estudo da UFMG estima 18% de subnotifcações de mortes por COVID

Pesquisadores analisaram atestados de óbitos de causas relacionadas à COVID-19 no início da pandemia e estimaram subnotificação de ao menos 18% no número de mortes no Brasil. Os resultados foram divulgados na revista PLOS Global Public Health. A investigação foi coordenada pelo Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde (Gpeas), da Faculdade de Medicina da UFMG.

Entre as causas relacionadas, que podem ter ocultado casos de morte pela COVID-19, estão a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), pneumonia não especificada, sepse, insuficiência respiratória e causas mal definidas. No estudo, foram analisados 1.365 casos de óbitos ocorridos entre fevereiro e junho de 2020, em Belo Horizonte, Salvador e Natal.

Após cruzamento das bases de dados sobre mortalidade, a equipe de pesquisa coletou dados de prontuários médicos, exames e outras informações sobre cada caso e analisou se o registro deveria citar como causa básica a COVID-19.

“Muitas vezes, o óbito ocorreu antes de os exames ficarem prontos, de forma que o médico assistente declarou como causa básica um fator mal definido ou uma doença que, na verdade, foi uma intermediária no processo mórbido. Em outros casos, a demanda de trabalho para as equipes de saúde era tão grande que ocorreram erros no registro das causas de morte, como a inversão de causas intermediárias com a causa básica”, explica a professora aposentada da Faculdade de Medicina Elisabeth França, que atua na pós-graduação em saúde pública e coordenou o estudo.

Com a referência em mãos, foi estimada a subnotificação para o perfil epidemiológico do país, considerando idade, estado de residência e causa específica registrada nos sistemas oficiais de mortalidade. Após essa análise, os pesquisadores chegaram à estimativa de subnotificação de 18% das mortes por COVID-19 no ano de 2020. Os pesquisadores observaram maior subnotificação entre idosos (25,5%) do que em pessoas com menos de 60 anos (17,3%).

O estudo contou com a colaboração da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte e das secretarias municipais de Saúde de Belo Horizonte e de Salvador. O financiamento foi da Vital Strategies.

Os resultados confirmam estimativa elaborada recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou um número total de mortes pela COVID-19 superior àquele divulgado pelos órgãos oficiais dos países. (Com informações da Agência UFMG)
* Estagiário sob supervisão do editor Álvaro Duarte
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